Alheio às próprias limitações físicas, Phil Collins põe público pra dançar em noite histórica no Maracanã

Foto: Marcos Serra Lima

Foram mais de três décadas de espera. Mas na noite desta quinta-feira (22), os cariocas presenciaram aquele que talvez seja o último hitmaker dos anos 80 a pisar em terras brasileiras. Phil Collins subiu ao palco pontualmente às 21h30 e deve ter deixado boa parte do público preocupado com tamanha fragilidade física. Aos 67 anos, o músico precisa de uma bengala para locomover-se até uma cadeira no centro do palco, onde passaria o show inteiro. Mas aos primeiros acordes de “Against All Odds” (1984) e o irresistível refrão “Take a look at me now” (“Dê uma olhada em mim agora”) faz a plateia encher o peito, soltar a voz e transforma o gramado em um ambiente de ternura.

Na sequência “Another Day In Paradise” (1989), outro daqueles baladões, mantém o volume nas alturas e deixa a impressão de que a noite seria puramente romântica. Ledo engano. “I Missed Again” (1981) e “Hang In Long Enough” (1989) já colocam o público pra dançar – muito por conta do auxílio luxuoso de um quarteto de peso: os trompetistas Harry Kim e Dan Fornero, o saxofonista George Shelby e Luis Bonilla, que assume o trombone.

Em suas turnês solo, Phil não costumava tocar com tanta frequência canções de sua antiga banda, o Genesis, com quem esteve uma única vez no Brasil, em 1977. Mas nesta “Not Dead Yet Tour”, o baterista que virou vocalista resgatou algumas preciosidades de sua fase como frontman e recuperou “Throwing It All Away” (1986), que apareceu pela primeira vez nesta tour, e na sequência “Follow You, Follow Me” (1978), o primeiro grande hit da banda por aqui e que fez parte da trilha da novela Dancin’ Days, sucesso de público. Nos telões, fotos suas com os antigos companheiros Tony Banks, Peter Gabriel, Anthony Phillips, Mike Rutherford, Chris Stewart, John Silver, John Mayhew, Mick Barnard, Steve Hackett e Ray Wilson.

Foto: Marcos Serra Lima

A vocalista de apoio Bridgette Bryant brilha ao lado do chefe em “Separate Lives” (1985), um momento em que a plateia não se conteve em aplaudir diversas vezes durante a apresentação. “Something Happened On The Way To Heaven” (1989) joga o clima para o alto novamente e prepara para um dos momentos mais emocionantes da noite: o jogo de câmeras entre pai e filho, o baterista Nic Collins, de apenas 16 anos, em “In The Air Tonight” (1981). A dramaticidade da canção é reforçada a partir do momento em que o famoso solo de bateria é executado por Nic enquanto Phil tenta alcançar as notas mais altas e suas expressões denotam considerável dor física.

Vale ressaltar o porque do estado físico do cantor ser preocupante. Durante a última turnê do Genesis, em 2009, Phil lesionou uma das vértebras do pescoço e desde então tem grande dificuldade para andar (por isso o uso da bengala). Além disto, perdeu parte da sensibilidade das mãos, o que o impossibilita de tocar piano e, principalmente, a bateria, instrumento pelo qual tornou-se famoso nos anos 70.

Phil reservou para a sequência final uma seleção matadora de hits dançantes. Enfileirou “You Can’t Hurry Love” (single das Supremes que regravou em 1982), “Dance Into The Light” (1996), “Invisible Touch” (mais uma faixa do Genesis, de 1986), “Easy Lover” (megahit que gravou ao lado de Philip Bailey, do Earth, Wind & Fire, em 1984) e “Sussudio” (1985), com direito a breve esquecimento da letra e explosão de confetes e serpentinas coloridas, num momento que a cidade acaba de se despedir do carnaval. O relógio apontava 23h quando Phil e seus velhos escudeiros, como o baixista Leland Sklar e o guitarrista Daryl Stuermer, se despediram pela primeira vez do palco.

Foto: Marcos Serra Lima

Não demorou muito para que todos voltassem para apresentarem “Take Me Home” (1985) e encerrarem os trabalhos após 100 minutos britânicos. Se há um senão sobre o show seria a “curta” duração, o que fez com que Phil deixasse uma vasta lista de clássicos de fora: “One More Night” (1985), “Two Hearts” (1988), “Do You Remember” (1989), “I Wish It Would Rain Down” (1989), “True Colors” (1998) e a ausência mais sentida da noite, “You’ll Be In My Heart” (1999), da trilha-sonora do filme Tarzan, que rendeu o Globo de Ouro e o Oscar ao cantor. Ainda assim, uma noite memorável para os paulistanos que verão o show nos dias 24 e 25 no Allianz Parque e para os gaúchos que irão ao Estádio Beira Rio no dia 27.

SETLIST:
Against All Odds (Take a Look at Me Now)
Another Day in Paradise
I Missed Again
Hang in Long Enough
Wake Up Call
Throwing It All Away
Follow You Follow Me
Only You Know and I Know
Separate Lives
Something Happened on the Way to Heaven
In the Air Tonight
You Can’t Hurry Love
Dance Into the Light
Invisible Touch
Easy Lover
Sussudio

BIS:
Take Me Home

Cotação: ****

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Fonte: http://portalrockline.com.br/alheio-as-proprias-limitacoes-fisicas-phil-collins-poe-publico-pra-dancar-em-noite-historica-no-maracana

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